Marcelo Castro, nos 190 da Assembleia do Piauí, enalteceu a democracia e disse que é o poder “que sofre primeiro”
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(Brasília-DF, 12/08/2025) Nesta terça-feira, 12, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), durante a sessão solene que o plenário da Câmara dos Deputados realizou homenagear a Assembleia Legislativa do Piauí que está completando 190 anos de existência, enalteceu a democracia. Ele destacou que o legislativo é o primeiro dos poderes, o que sofre primeiro.
“Então, é aquele poder mais legítimo, que mais representa a sociedade, que mais representa o povo, que sofre a dor em primeiro lugar e que reverbera no poder público do Estado as mazelas em que vive a sociedade.”, disse.
Veja a íntegra da fala do senador do Piauí:
“Hoje nós vivemos uma democracia. A democracia pressupõe a tripartição dos poderes. Poder legislativo, poder executivo, poder judiciário.
Isso é uma criação moderna, da idade moderna, do mundo moderno. Até a idade moderna, como todos sabem, o mundo todo é regido por dictaduras, de monarquias absolutistas. E não existia essa história de democracia que foi criada, foi concebida, como desse ano, um cientista, um único filósofo francês, da tripartição dos poderes.
Isso é um sinal da evolução da civilização do homem na Terra. Que há uns 10.000, 11.000 anos atrás, nós nos tornamos sanitários. E foram meio havendo uma divisão de tarefas.
Cada um fazendo um papo até chegar a um sistema que pudesse dar uma governabilidade, que não houvesse freios e contrapesos. Essa é a essência da democracia, que proíbe o poder absoluto, o poder autocrático, o poder de uma pessoa só. E esse sistema de freios e contrapesos é importante para que o Estado funcione harmoniosamente.
E que não deve haver supremacia de um poder sobre o outro. Nem judicial, nem executivo, nem regulativo, porque a democracia que foi concebida só funciona se os poderes forem equivalentes. Se tiverem forças, ou, como dizia o Marco Maciel, poderes equipotentes.
Quando há hipertrofia de um poder em relação ao outro, evidentemente a democracia padece e não floresce como deveria existir. Hoje, nós estamos completando aqui, comemorando os 190 anos da existência do nosso Poder Legislativo. Claro, com muitas interrupções, com muitos sistemas autocráticos, muitas ditaduras e tudo mais.
E, parabéns ao deputado Flávio Nogueira, da Bancada Federal, que teve a iniciativa de fazer essa homenagem ao nosso Poder Legislativo. Então, senhoras e senhores, o Poder Legislativo é aquele que primeiro floresce quando há democracia. É o primeiro que padece quando há ditadura.
Então, é aquele poder mais legítimo, que mais representa a sociedade, que mais representa o povo, que sofre a dor em primeiro lugar e que reverbera no poder público do Estado as mazelas em que vive a sociedade. Então, o Poder Legislativo do Estado do Piauí tem uma longa história e que naturalmente contribuiu durante todo esse período para a evolução da nossa sociedade. Para que vossas Excelências percebam o quanto o Poder Legislativo evoluiu nos últimos anos, eu conversava ali com o governador Rafael Fonteles.
Quando eu fui eleito deputado de Estado em 1982, nós tínhamos um colega, que também era eleito deputado de Estado. Eles botaram no gabinete dele uma foto do pai dele, que tinha sido deputado de Estado alto na década de 40, em 1947. Era a foto que os deputados tiravam e ainda tiram toda vez que vai começar uma legislatura.
Todos os deputados de Estado na foto tinham um revólver lá, exposto. Em 1947. E hoje nós estamos aqui vivendo esse sistema democrático que nós temos, que é um sinal da evolução da nossa civilização.
Mas para encerrar aqui, eu quero que lembrar aqui o Octávio Mangabeira, que dizia que a democracia é uma planta tenra, frágil, que precisa ser irrigada todos os dias das nossas vidas. E o que nós vimos agora, no dia 8 de janeiro, é um sinal inequívoco dessa fragilidade da nossa democracia. E nós esperávamos que o sistema democrático era uma coisa......Que era uma coisa. No passado, nós vimos que nós precisávamos de uma atenção toda especial. Há um livro sério que todos leram, deveriam ler, do Steven Levintski, que descreve isso, como as democracias morrem.
As democracias modernas não morrem mais constantes nas ruas do homem antigamente, mas são as pequenas excursões do sistema democrático que respeitam as instituições que terminam levando os sistemas a lutar. Então, sobre isso dentro, senhores e senhores, históricos e presentes, parabéns, mais uma vez, ao deputado Flávio Nogueira, que dá o grande vivo aqui à nossa democracia brasileira, que é o nosso primeiro legislativo nos seus 190 anos, e mostre relevância e respeito ao nosso Estado.
Obrigado.
( da redação com informações de assessoria. Edição: Política Real)