Bancada do Nordeste <BR> Vetos ao projeto da Sudene é assunto principal entre parlamentares nordestinos; Ciro Gomes não acredita em derrubada de vetos e critica políticos da região pela não implantação do FNE.

(Brasília-DF, 22/03/2007) Um dos assuntos mais discutidos pelos nordestinos no Congresso é sobre os vetos proferidos pelo Executivo em relação ao projeto de recriação da Sudene. O tema foi abordado por diversos parlamentares hoje no café da manhã, que estão insatisfeitos com a atitude do presidente Lula. “Por algum motivo o presidente Lula não foi muito bem assessorado para fazer aqueles vetos. Da maneira que foram feitos os vetos a Sudene não tem como funcionar”, disse o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), que é um dos grandes defensores do governo Lula.



O ex-coordenador da Bancada, Roberto Pessoa (PR-CE), fez uma menção ao momento de extinção da Sudene, criticando os parlamentares da época. “Os três vice-reis Antonio Carlos Magalhães, José Sarney e Tasso Jereissati acabaram com a Sudene no governo FHC. Eles não precisam da Sudene. Agora quisemos recuperar e ficou uma Sudene capenga. O governo Lula ficou com essa macaxeira na mão”, disse Pessoa, que hoje é prefeito de Maracanaú (CE).



O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) tem uma visão mais pessimista em relação a derrubada dos vetos. “Faz 20 anos que não cai um veto. Esses vetos não vão cair nunca”, afirmou ao final da reunião. O ex-ministro da Integração defendeu uma articulação mais eficiente para garantir recursos estáveis para a região, citando a iniciativa do Fundo Constitucional do Nordeste, que até hoje não foi implementado.



O deputado criticou os políticos da região que condicionaram a criação do Fundo dentro do âmbito da reforma tributária que até hoje não foi apreciada. Na época, os governadores defenderam que o Fundo, que seria vinculado a Sudene, fosse repassado diretamente para os governos estaduais. Desta forma o ítem de vinculação do Fundo no projeto de recriação da Sudene sofreu veto do Executivo. “Os políticos nordestinos ficam brigando por recursos entre si enquanto o Sudeste recebe recursos sem discussão”, criticou Ciro.



( por Liana Gesteira)