Levantamento da CNI revela que estados deverão ter perdas superiores a R$ 19 bilhões com o tarifaço; no Nordeste, Ceará, Paraíba vão perder mais porém haverá perdas nos outros estados
"Os impactos são muito preocupantes", avalia Ricardo Alban, presidente da CNI.
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(Brasília-DF, 29/07/2025) Nesta terça-feira, 29 a Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgou levantamento “RELAÇÕES ECONÔMICAS ENTRE BRASIL E EUA:DESTAQUES NACIONAIS E ESTADUAIS”. O estudo revela que o aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos, previstas para 1º de agosto, pode provocar impactos econômicos relevantes e desiguais entre as unidades da federação, com perdas superiores a R$ 19 bilhões para os estados brasileiros.
"A imposição do expressivo e injustificável aumento das tarifas americanas traz impactos significativos para a economia nacional, penalizando setores produtivos estratégicos e comprometendo a competitividade das exportações brasileiras. Há estados em que o mercado americano é destino de quase metade das exportações. Os impactos são muito preocupantes", avalia Ricardo Alban, presidente da CNI.
Estados como o Ceará e o Espírito Santo têm alta dependência do mercado americano, representando quase metade das exportações cearenses e um terço das capixabas. Em outros 11 estados, os EUA têm participação entre 10 e 20% nas vendas externas.
Segundo levantamento feito com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em 2024, os Estados Unidos representaram 44,9% das exportações do Ceará, seguido pelo Espírito Santo (28,6%), Paraíba (21,6%), São Paulo (19,0%) e Sergipe (17,1%). A indústria responde pela maior parte das vendas. A forte presença americana na pauta dá a dimensão da importância e dependência de mercados como os EUA para o comércio exterior regional.
Ceará
Estado com maior dependência do mercado americano, Ceará exportou US$ 659,1 milhões, especialmente bens da indústria de transformação, que respondeu por 96,5% das exportações estaduais destinadas aos EUA. O setor mais relevante foi o de metalurgia, que respondeu por US$ 441,3 milhões, seguido pelos setores de alimentos (US$ 112,2 milhões, 17%) e de couros e calçados (US$ 52,6 milhões, 8%). A tarifa de 50% pode representar perdas de R$ 190 milhões ao estado.
Paraíba
Com um total de US$ 35,6 milhões, que corresponde a 21,6% das exportações do estado, os EUA foram o segundo principal destino das exportações da Paraíba. A indústria de transformação teve papel dominante nesse comércio, respondendo por 96,9% das exportações para o mercado norte-americano. Os principais setores exportadores foram o de alimentos, com destaque absoluto (US$ 30,5 milhões, 85,5%), e o de couro e calçados (US$ 3,6 milhões, 10,2%). O impacto negativo para o estado pode ser de mais de R$ 101 milhões.
Já no Nordeste, as perdas são relevantes: Bahia (R$ 404 mi), Pernambuco (R$ 377 mi) e Ceará (R$ 190 mi) lideram na região.
Já os cinco estados menos impactados financeiramente são: Roraima (R$ 13 milhões), Sergipe (R$ 30 mi), Acre (R$ 31 mi), Piauí (R$32 mi) e Amapá (R$ 36 mi).
Em relação à dependência das exportações americanas, os estados brasileiros Roraima, com apenas 0,3%, seguido por Mato Grosso (1,5%), Distrito Federal (2,6%), Piauí e Tocantins (ambos com 3%), Goiás (3,3%) e Rondônia (4,7%), somam perdas financeiras de R$ 1,87 bilhão.
( da redação com informações da Ag. CNI. Edição: Politica Real)