Nordeste e Dívidas Rurais <BR> Presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith, apresentou dados de operações de créditos rurais do banco durante audiência no Senado.
Bancada do Nordeste
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(Brasília-DF,12/04/2006) O presidente do Banco do Nordeste (BNB), Roberto Smith, apresentou em audiência no Senado dados sobre setor de agricultura no Nordeste e sobre operações de créditos rurais do banco. As informações apontam que o Banco tem uma participação de 72,9 % do financiamento na região Nordeste. Além disso o banco aponta que o PIB agropecuário tem uma média de participação de 10 % do PIB total da região nordestina.
Atualmente, a carteira de créditos do setor rural do BNB equivale ao valor de R$ 14 bilhões, com operações feitas com cerca de 1 milhão de produtores. Desses créditos, cerca de 300 mil produtores estão inadimplentes, gerando uma dívida de R$ 4,5 bilhões ao banco. A MP 285/06 editada pelo executivo prevê o alongamento de dívidas no valor total de R$ 1 bilhão, abrangendo cerca 30 mil produtores devedores.
O presidente do BNB chama atenção para o fato de que 47 % dessas dívidas inadimplentes (cerca de R$ 3 bilhões) são provenientes de créditos feitos até 1998. “Este dado mostra que existe uma mudança sensível nos contratos feitos nos últimos anos. Os produtores e empresários estão mais conscientes. Vemos uma curva de aprendizagem nesses dados, e o Banco do Nordeste também aprendeu nesses anos”, disse. Ele informou que após 1998 o BNB tem risco compartilhado de 50 % nos créditos.
Roberto Smith mostrou ainda alguns dados de operações renegociadas pelo Banco no passado. Cerca de 72 mil dívidas foram renegociadas pela Lei 10.177,com saldo de R$ 2 bilhões e atraso no valor de R$ 358 mil. A Lei 10. 696 fez a repactuação de 300 mil dívidas no valor total de R$ 2,6 bilhões.
Por fim, o presidente do BNB afirma que o Nordeste está se configurando como região de fronteira de crescimento e que produtores nordestinos não podem ser vistos com preconceito, pois uma dívida muitas vezes é fruto de inexperiência. “Toda medida de negociação não deve penalizar, nem estimular a inadimplência”, afirmou, defendendo soluções equilibradas para a situação dos produtores do Nordeste.
(por Liana Gesteira)