Nordeste e Dívidas Rurais.<BR> Deputados e senadores nordestinos acreditam que podem melhorar a MP 285; Parlamentares querem evitar confronto numa articulação para a derrubada do veto ao PL nº 142/2004.
Bancada do Nordeste.
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( Brasília-DF, 09/03/2006)  A bancada ruralista e nordestina que vinham trabalhando em conjunto nessa proposta de repactuação das dívidas rurais dos nordestinos, especialmente nas contraídas na chamada área de atuação da Adene, que inclui o Norte de Minas, já estão traçando estratégias diversas.   Os nordestinos ruralistas estão trabalhando com a possibilidade de aumentar o patamar de renegociação da MP nº 285/06, dos propostos R$ 50 mil para algo em torno de R$ 200 mil. Os ruralistas ligados aos oposicionistas, de outras regiões do país e que também esperam ser beneficiados, ainda trabalham para uma possível derrubada do veto.  Estes ainda vão tentar convencer o presidente do Senado, Renan Calheiros(PMDB-AL), que trabalhou abertamente pela aprovação do PL nº 142/2004 – a colocar o veto presidencial na ordem do dia da próxima sessão do Congresso Nacional.
Os parlamentares nordestinos, alguns petistas inclusive, acreditavam que a MP que seria mandada pelo Governo iria chegar a um limite de R$ 200 mil, o que iria atender mais de 80 % dos produtores endividados da região, porém o Governo apresentou uma MP enxuta que limitou a valores que não atendem a maioria dos produtores. Os parlamentares nordestinos, especialmente os da base do Governo, estão começando a se convencer de que o Governo tomou esta decisão de caso pensado, contando com uma margem de negociação. 
Os parlamentes estão trabalhando para constituir a Comissão Especial Mista que regimentalmente pode, mas não é obrigatória, ser constituída  para discutir o assunto no Congresso evitando que a MP vá direto para o plenário quando se aproximar o limite legal para votação nas duas Casas. A estratégia deverá ser comanda, exclusivamente, por parlamentares nordestinos. Eles articulam constituir a Comissão Especial na próxima semana para gerar massa crítica com a oitiva dos representantes dos bancos federais assim como garantindo para a opinião pública que os grandes produtores não serão obrigatoriamente beneficiados. Segundo o Governo, quem tem faturamento bruto anual de R$ 500 mil é considerado um grande produtor.
Os parlamentares nordestinos, que pediram para evitar sua exposição direta neste momento de negociação, acham que setores da mídia não os escutaram e vão evitar expor demais o Governo e o Ministério da Fazenda neste novo momento.
Um parlamentar nordestino importante, que já foi Ministro, já conversou com o Ministro Antonio Palocci:
–	Nós vamos evoluir nisso. Devemos chegar a uns 100 mil – garantiu.
( por Genésio Araújo Junior)