( Publicada originalmente às 17 h 48 do dia 25/08/2020) (Brasília-DF, 26/08/2.020) Após se reunir nesta terça-feira, 25, com o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado Júlio César (PSD-PI), em seu gabinete no Ministério da Infraestrutura, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas prometeu que os recursos necessários para federalizar o trecho entre a região do médio oeste do […]
( Brasília-DF, 10/06/2005) Em entrevista exclusiva, o deputado e coordenador da Bancada do Nordeste na Câmara dos Deputados, B. Sá (PPS/PI) falou sobre suas expectativas para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará denúncias de corrupção nos Correios. Comentou as reuniões da Bancada do Nordeste e defendeu a renegociação dos débitos rurais dos produtores junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
Renata Peña: Quais são suas expectativas com relação à CPMI dos Correios?
Deputado B. Sá: O depoimento mais esperado é o da figura principal desse tema, o deputado Roberto Jefferson. Acredito que a partir do que ele disser a respeito das denúncias do mensalão, por exemplo, ditará o caminho da Comissão. Em seguida, a CPMI terá sua própria dinâmica.
Renata Peña: Como o senhor vê a disputa entre a Câmara e o Senado na aprovação do projeto que institui a Sudene?
Deputado B. Sá: Acredito que a demora na aprovação do projeto esteja ocorrendo porque o Senado deve estar acrescentando dados importantes. A maior dificuldade é criar a base legal para a instituição da Sudene. Mas o Fundo de Desenvolvimento Regional tem que existir para que possa ser aplicado nos municípios e estados. Sem esse recurso, o projeto é uma letra morta.
Renata Peña: O que o senhor acha do projeto que fixa 35%% dos recursos do BNDES para investimentos no Amazonas, Nordeste e Centro-Oeste, originalmente elaborado pelo senador Jefferson Peres (AM/PDT)?
Deputado B. Sá: É muito importante até porque historicamente o BNDES tem o desenvolvimento em sua natureza. Em 2004, 83%% dos investimentos foram paras o Sul e o Sudeste, enquanto que apenas 6,3%% foram para o Nordeste. É necessário equilibrarmos essa situação.
Renata Peña: Uma das principais bandeiras da Bancada do Nordeste é a renegociação dos débitos rurais. Como está o andamento do Projeto de Lei que trata dessa questão?
Deputado B. Sá: A Bancada está trabalhando pela aprovação do Projeto, o 4514 de 2004 na semana que vem. Também estamos trabalhando com ações políticas para que o Projeto seja bem interpretado pelo Governo. O presidente do BNB, Roberto Smith, disse que o assunto está em debate no Governo. O que nós queremos é que o produtor tenha condições de pagar seus passivos e que os novos empréstimos tenham melhores condições: prazos de financiamento de 25 anos e carência de 7 a 8 anos.
Renata Peña: Como o senhor avalia as reuniões semanais da Bancada do Nordeste?
Deputado B. Sá: A freqüência por parte dos deputados é boa e os convidados têm debatido todos os temas propostos de forma muito clara. Nós estamos aprendendo muito. Vejo que vem surgindo sugestões para melhor atuação das instituições representadas pelos palestrantes.
Renata Peña: E quanto a critica feita pelo ministro da Integração Nacional Ciro Gomes, numa das reuniões organizadas pela Bancada e que ele foi convidado, de que falta coesão das lideranças nordestinas para defender uma agenda única. O senhor concorda com a avaliação do ministro?
Deputado B. Sá: A intenção da Bancada é procurar promover a discussão de temas interessantes para a região, mas cada deputado realmente tem interesse focado em sua região até porque se tratam de regiões economicamente muito deprimidas. As reuniões levantam temas de interesse do Nordeste como a Ferrovia Transnordestina, que interessa a todos.
Renata Peña: Qual sua opinião a respeito da transposição de águas do rio são Francisco?
Deputado B. Sá: Sou a favor sempre. Há regiões no Nordeste com crítico abastecimento de água. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) há locais com abastecimento abaixo do exigido per capita, como na Paraíba e no Ceará. Outros locais estão no limite de consumo como o Rio Grande do Norte e Piauí. O ministro Ciro Gomes disse que estão sendo feitos estudos para instalação do Eixo Oeste que leva águas do São Francisco pela Barragem de Sobradinho, Serra dos Dois Irmãos e chega às nascentes dos rios Piauí e Canindé.
( por Renata Peña com a coordenação de Genésio Araújo Junior)