( Publicada originalmente às 17 h 48 do dia 25/08/2020) (Brasília-DF, 26/08/2.020) Após se reunir nesta terça-feira, 25, com o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado Júlio César (PSD-PI), em seu gabinete no Ministério da Infraestrutura, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas prometeu que os recursos necessários para federalizar o trecho entre a região do médio oeste do […]
O pesquisador da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, o brasileiro Miguel Nicolelis, co-diretor do Instituto Internacional de Neurociência de Natal, informou aos deputados nordestinos durante o café-nordestino desta quarta,10, que a iniciativa que coordena pretende investir US$ 30 milhões na aplicação e desenvolvimento de pesquisa de ponta assim como no tratamento de doentes mentais na região. A intenção, segundo Nicolelis, é levar para a região a dedicação de cientistas brasileiros que estão fora do país e que estão mobilizados a levar para os locais menos desenvolvidos, onde existe menos pesquisa no País – uma “verdadeira repatriação de cérebros”. Estariam envolvidos nesta iniciativa 37 pesquisadores, mas, na direção, seriam três as pessoas dedicadas.
Ele informou aos deputados, que demonstraram nítido encantamento com a iniciativa, que a intenção deles é disseminar no país uma iniciativa parecida com a criação de Brasília, que, ao ser construída, integrou o país e levou crescimento. Ele informou que eles não têm intenção de onerar o poder público exigindo recursos para esta iniciativa, mas trazer doações de empresas internacionais, laboratórios, universidades e outros institutos internacionais para a idéia. “ Seriam necessários 30 milhões de dólares para tocar o projeto do Instituto. Já conseguimos 10% disso. Estou impressionado pois estamos há pouco tempo no Brasil e já conseguimos um milhão e meio de dólares para isso”.
Ele informou que a iniciativa, que terá Natal como referência e local, não irá ocupar espaços já prontos, como seria o caso do trabalho que o INPE e Cptec pretendem alavancar em sua base naquele estado. “Temos um terreno de 100 hectares – é lá que vamos desenvolver a iniciativa”. Essa proposta que se cristaliza com o “sonho” do Instituto de Neurociência de Natal, pretende gerar condições para os pesquisadores não precisarem sair do país, assim como garantir melhor remuneração aos pesquisadores. Ele disse que o êxodo de pesquisadores nacionais para outros países se intensificou entre os anos 60 e 80, porém não arriscou dizer quantos estariam fora do país, hoje. Ele disse a agência Politicareal que sua intenção é estar sempre que possível no Instituto de Natal, visto que é um dos co-diretores mas não pretende, inicialmente, voltar, em definitivo, para o Brasil. Ele informou, também, os doadores internacionais não desejam nenhum tipo de contrapartida dos envolvidos, como retorno econômico das iniciativas incentivadas.
COORDENAÇÃO – O deputado Roberto Pessoa, coordenador da Bancada, que delegou o comando da exposição a deputado Fátima Bezerra(PT-RN), coordenadora adjunta da Bancada, declarou em entrevista coletiva que a iniciativa vem ao encontro da prioridade definida pela coordenação do grupo nordestino, reorganizado em abril do ano passado, que acertou dar maior atenção a questões de educação, ciência e tecnologia e infra-estrutura pois só assim a região vai vencer suas maiores dificuldades. Ele informou que no ano passado a Bancada já tinha recebido a direção do Instituto do Coração do Hospital da Clínicas de São Paulo que demonstrou as lideranças que 40% dos atendidos por ano pelo Instituto são nordestinos ao tempo que face a esta iniciativa já se realizam conexões em teleconferência com os hospitais de coração do Nordeste.
Perguntado sobre o fato dos Fundos setoriais de C&T estarem sendo contingenciados, não usados no setor, considerou essa paralisação um absurdo e disse, também, que o fato de o ministro de C&T ser nordestino, Eduardo Campos, é um ponto que ajuda a região, porém ele ressaltou que o trabalho feito à época pelo ex-ministro Roberto Amaral foi “um ponta-pé inicial importante”. Foi numa reunião da bancada, em café-nordestino, que foi anunciada a criação do Instituto do Semi-árido, Insa – qual foi, posteriormente, definida a localização, na cidade de Campina Grande, na Paraíba. Amaral assinou, em reunião da Bancada, convênios com os nove estados da região para instalação de Centro Vocacionais, plenamente encampados pela administração de Campos.
( por Genésio Araújo Junior)
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