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( Brasília-DF, 10/07/2013) O último inscrito a fazer o uso da palavra na reunião da Bancada do Nordeste, foi o deputado Afonso Florence (PT-BA), ex-ministro do Ministério de Desenvolvimento Agrícola (MDA). Ele comentou que é ponto pacífico a necessidade de convivência com a seca no semiárido. Os técnicos tem desenvolvido isso. E também citou duas grandes dinâmicas do semiárido.
“Não vou falar do Matopiba, Maranhao, Tocantins, Piaui e Bahia, o cerrado nordestino que tem que ter um olhar especial porque as condições climáticas, o geral alí não é a mesma coisa do cerrado mais ao sul brasileiro. São condições ambientais, digamos assim, mais frágeis, do ponto de vista de pluviosidade. Mas esse é outro tema. São dois grandes focos e esse aspecto que o deputado Pellegrino aludiu é importante. O controle de pragas, expansão da produção no bioma cerrado. No que nós podemos falar de centro-norte brasileiro, requer um monitoramento qualitativamente distinto, em relação ao que fizemos tradicionalmente. Um é aquele que o deputado Ariosto se referiu, de que nós temos condições de ter uma disponibilidade hídrica maior com uma política de irrigação e uma política de desenvolvimento de tecnologia. E o outro ambiente, que foi relatado pelos meus companheiros que falaram entre eles o Amauri, que é a chamada convivência com o semiárido.”
Florence conta que, recentemente, houve uma apresentação, no grupo de altos estudos, dos esforços Embrapa para desenvolver um café mais resistente à estiagem. A caatinga é um bioma com diversas especificidades e uma característica básica da baixa pluviosidade de solos rasos, pedregosos com muita salinidade.
“Mas nós temos muitas nativas que precisam estar no leque de arranjos, seja na coleta gens, do que for. Quando eu tive a oportunidade de estar no MDA, nós iniciamos contatos na alta administração dos ministérios e com a Embrapa também, mas acho que isso não se transformou nessa reflexão. A pecuária é atividade econômica prioritária do sertanejo e da sertaneja. Hoje, já atingindo alta produtividade leiteira ou de caprinos, ou de engorda de ovinos. Mas a soja, invariavelmente, é a proteína utilizada e tem que haver uma logística nacional para o abastecimento de soja. O animal é alimentado de volumoso energético e proteína, o volumoso normalmente é o capim, a palma, apesar de a palma ser um volumoso mais qualificado, quase um concentrado. A proteína é soja ou outra leguminosa. O energético é o milho, o sorgo”, explicou.
O ex-ministro do MDA também acentuou não que não se tem no Nordeste culturas tradicionais adaptadas, por mais resistente que seja o milho e sorgo o ciclo vegetativo dele é muito curto para eles resistirem bem.
“Temos muitas outras leguminosas do semiárido, temos a mandioca, que com os estudos da Embrapa da parte aérea já são uma possibilidade, esses estudos, de transformar em um instrumento objetivo para através da Diretoria de Transferência de Tecnologia, chegar a um aproveitamento da mandioca, que tem uma demanda hídrica também maior que as nativas”, disse.
Florence disse que há uma política nacional de frutíferas e madeireiras. Ele defende uma equação agrícola e pecuária integrada, adaptada às características do semiárido e o desenvolvimento de outras pesquisas.
“Sem advogar necessariamente a política de transgênicos, mas ela é um fato, uma realidade um gen de uma nativa, certamente, será mais proveitoso, se for possível, obviamente, do que gen de um milho ou de um feijão que não é adaptado para poder desenvolver”, finalizou.
(por Maurício Nogueira, especial para a Política Real, com edição de Genésio Jr)