( Publicada originalmente às 17 h 48 do dia 25/08/2020) (Brasília-DF, 26/08/2.020) Após se reunir nesta terça-feira, 25, com o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado Júlio César (PSD-PI), em seu gabinete no Ministério da Infraestrutura, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas prometeu que os recursos necessários para federalizar o trecho entre a região do médio oeste do […]
(Brasília-DF, 15/06/2007) A proposta de mudança no sistema de votação eleitoral a partir de listas pré-ordenada foi o tema que prevaleceu nas discussões sobre reforma política ocorridas no Congresso nesta semana. O embate entre os parlamentares contra e a favor da proposta foi tão intenso que outros assuntos ficaram em segundo plano, como é o caso de propostas que estimulam uma maior representação das mulheres no parlamento.
Atualmente, dentre as 513 vagas para deputados federais, 45 são ocupadas por mulheres, representando 8,8 % do total. No senado 10 mulheres foram eleitas dentre os 81 senadores, representando 12,3 %. Segundo um estudo da União Inter-Parlamentar, feito com 189 países do mundo, o Brasil ocupa 103º lugar no ranking internacional de representação das mulheres.
A União Inter-Parlamentar aponta que os dez países com maior representatividade da mulher no parlamento, por ordem, são: Ruanda, Suécia, Finlândia, Costa Rica, Noruega, Dinamarca, Holanda, Cuba, Espanha e Argentina. A média percentual desses países varia entre 48% e 35%. Uma avaliação geral da pesquisa aponta para um déficit dessa representação visto que as mulheres são 52% da população mundial, mas representam apenas 17% dos parlamentos do mundo.
Os dados referentes ao Brasil apontaram para uma melhora do país no ranking em relação a 2006, onde se situava no 107º lugar. Essa melhora foi possível apenas pelo aumento de mais uma senadora dentre as atuantes na legislatura passada. A pesquisa mostra que o número de deputadas eleitas continuou o mesmo. Essa realidade coloca o Brasil em um dos últimos colocados na América do Sul, ganhando apenas para a Colômbia.
“As mulheres são muitas no Brasil, mas poucas na política. Isso não é certo, não é justo para as mulheres nem para o País”, critica a deputada Fátima Bezerra (PT-RN), que faz parte da coordenação da bancada feminina da Câmara. A parlamentar defende uma maior representação da mulher na política, levando em considerando que 51,71% do eleitorado brasileiro é feminino. Dados de uma pesquisa apontam ainda que 84% dos brasileiros consideram as mulheres mais honestas e mais aptas a ocupar cargos políticos.
REFORMA – Na terça-feira desta semana a bancada feminina se reuniu com os líderes e o presidente da Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP) para apresentar as propostas das deputadas ao Projeto de Lei (PL 1210/07) da reforma política. Atualmente a legislação brasileira exige que 30 % dos candidatos de cada partido sejam de mulheres, mas a regra é ignorada.
Dentro da reforma política, a bancada feminina defende uma proposta de alternância de gênero na composição das listas partidárias. As deputadas sugerem a presença de um nome feminino a cada dois masculinos e um dispositivo de transição para as eleições de 2010, com pelo menos uma mulher entre os três primeiros lugares da lista fechada. Além disso, a bancada está reivindicando 30% de cotas na propaganda eleitoral televisiva e 30% dos recursos do Fundo Partidário para organismos políticos de mulheres.
A proposta apresentada está em consonância com as legislações já aprovadas em outros países. Em Portugal foi aprovada recentemente a Lei da Paridade obrigando todas as listas a incluir um terço de candidatos de cada género. A Lei será aplicada pela primeira vez nas eleições intercalares para a Câmara Municipal de Lisboa no dia 1 de Julho. A Espanha é um dos países mais avançados na inclusão das mulhesres na política. Recentemente, foi aprovado uma medida que obriga os partidos políticos a incluir em suas listas eleitorais pelo menos 40% de mulheres
Uma avaliação do ranking de participação das mulheres nos parlamentos do mundo mostra que o Brasil tinha uma posição melhor em 2000, quando ocupava o 85 º lugar da lista. Na época, sete mulheres ocupavam cargos no Senado e 29 na Câmara dos Deputados. Os números atuais mostram que a representação melhorou no Brasil, mas os outros países do mundo avançaram de forma mais contundente, ficando o Brasil para trás.
DISCUSSÕES – Na próxima semana, a Câmara dos Deputados vai sediar o seminário Trilhas do Poder das Mulheres – Experiências de ações afirmativas internacionais. O evento vai acontecer nos dias 19 e 20 de junho, a partir de uma proposta da deputada Fátima Bezerra.
Segundo a deputada, o objetivo do seminário internacional é tornar conhecidas as experiências da participação política das mulheres em outros países a fim de contribuir com o debate sobre a ampliação de espaços políticos para a mulher, não apenas na política partidária, mas também a participação feminina em setores da sociedade civil organizada e nos outros Poderes – Judiciário e Executivo.
O evento será encerrado com a apresentação de uma síntese das propostas retiradas dos debates no seminário nacional, realizado no dia 15 de maio, e no internacional. A idéia é elaborar um documento da bancada feminina para ser entregue encaminhar ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia.
( por Liana Gesteira Costa com edição de Genésio Araújo Junior)