( Publicada originalmente às 17 h 48 do dia 25/08/2020) (Brasília-DF, 26/08/2.020) Após se reunir nesta terça-feira, 25, com o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado Júlio César (PSD-PI), em seu gabinete no Ministério da Infraestrutura, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas prometeu que os recursos necessários para federalizar o trecho entre a região do médio oeste do […]
(Brasília,DF,15/05/2007) A Bancada do Nordeste, como já tinha adiantado a Política Real, tinha agendado encontro com o Ministro da Agricultura para esta tarde.
Os deputados Zezéu Ribeiro(PT-BA), Nélio Dias(PP-RN), Francisco Tenório(PMN-AL); Joaquim Beltrão(PMDB-AL), Cristino Mateus(PMDB-AL) e o representante das cooperativas de agricultores do município alagoano de Arapiraca, se reuniram nesta terça-feira, em audiência com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para discutirem a questão do endividamento dos pequenos agricultores nordestinos, que estão ameaçados, pelos Bancos do Nordeste e do Brasil, de terem suas terras leiloadas, daqui há 12 dias, por falta de pagamento. Eles querem mais tempo, em média 180 dias, para que estas negociações continuem e, desta forma, se encontre uma solução positiva que atenda os dois lados. Governo e produtores rurais.
De acordo com os parlamentares dois problemas principais dificultam esta negociação e o pagamento das dívidas. Juros elevados e a burocracia imposta pelos bancos oficiais, no momento da renegociação e parcelamento do débito.”Existe no Nordeste, hoje, mais de 70 mil agricultores endividados, que há 15 anos não conseguem pagar seus débitos com o Banco do Nordeste e o Banco do Brasil. Por exemplo, agicultor que pegou R$15 mil de empréstimo, há 15 anos, hoje está sendo cobrado em mais de R$150 mil”, alertou o deputado Nélio Dias.
Mesmo com com a MP 11.322 em pleno vigor, disse o deputado Joaquim Beltrão, que reduz os juros das dívidas, de até R$ 10 mil, destes pequenos agricultores, em até 80%, “o Banco do Nordeste e do Brasil insistem em criar dificuldades para renegociar estas dívidas. Preferem jogá-los na dívida ativa e tomar as terras destas pessoas, deixando-as ao abandono, para colocá-las em leilão”.
Cristiano Mateus, denunciou a cobrança, segundo ele, ilegal, feita pelo Banco do Nordeste, de honorários da dívida. E também pelo tipo de tratamento dado a este pequenos agricultores nordestinos. “Ao invés de colocar funcionários capacitados para atender estas pessoas, os Bancos do Nordeste e do Brasil, colocam estagiárias que nada entendem de dívida agrícola”, afirmou o parlamentar alagoano.
Zezéu Ribeiro, coordenador da Bancada do Nordeste, pediu ajuda para os cacauicultores nordestinos, que perderam tudo com a “praga”, conhecida por “vassoura de bruxa”.
Reinhold Stephanes prometeu ajuda, respondendo a cada uma das indagações feitas.
Sobre a cobrança elevada de juros, o Ministro afirmou que somente um trabalho político bem feito pelos parlamentares, resolverá o caso. “É necessário que todos os parlamentares da Bancada do Nordeste se unam, e pressionem os ministros, responsáveis pela economia do país, para que forcem a redução dos juros e o cumprimento da lei”.
Segundo Stephanes, o melhor seria que se fizesse uma audiência pública com a participação dos ministros da Fazenda, do Planejamento e do Secretário do Tesouro Nacional.
Com relação a prorrogação do prazo para renegociação das dívidas, Stephanes afirmou que somente com uma lei, aprovada pela Câmara, isto será possível.
Sobre a crise do cacau nordestino, o ministro da Agricultura garantiu ao deputado Zezéu Ribeiro que já existe uma forma de recuperação técnica para o plantio deste produto.
Segundo Estephanes, “estudos mostram que existem variedades de cacau resistentes a diversas pragas, inclusive a vassoura de bruxa. Além disto nós temos solo e mercado suficiente para o desenvolvimento desta cultura. Agora depende somente do governo liberar recursos para o setor, com prazo de carência ao pagamento da dívida de oito anos. Tempo em que o cacau leva para ser comercializado”.
O ministro garantiu também que se empenhará junto as autoridades responsáveis pela área econômica do governo, para que autorizem a suspensão dos leilões das terras dos pequenos agricultores nordestinos.
(Por Almiro Archimedes, especial para a Política Real, com edição de Genésio Araújo Junior)