( Publicada originalmente às 17 h 48 do dia 25/08/2020) (Brasília-DF, 26/08/2.020) Após se reunir nesta terça-feira, 25, com o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado Júlio César (PSD-PI), em seu gabinete no Ministério da Infraestrutura, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas prometeu que os recursos necessários para federalizar o trecho entre a região do médio oeste do […]
Brasília-DF, 02/02/2007) Nessa quinta-feira, o Congresso realizou a cerimônia de posse dos 513 deputados e 27 senadores eleitos em outubro de 2006. Na Câmara, a solenidade contou com a presença de cerca de 6.000 pessoas, segundo informações da direção da Casa. O Senado também teve o seu plenário lotado durante solenidade de posse, acolhendo inclusive caravanas de convidados trazidos por alguns parlamentares, como fez o senador Fernando Collor de Mello (PRB-AL).
Alguns nordestinos fizeram sucesso na cerimônia de posse, como o próprio Fernando Collor de Mello que retornou a Casa depois de ter seus direitos políticos cassados por oito anos. Collor disse estar emocionado em voltar a vida política e recebeu o cumprimento de vários parlamentares. “Todo mundo merece uma segunda chance” declarou o deputado Eduardo Suplicy (PT-SP) que fez questão de cumprimentá-lo.
Na Câmara, a relação não foi tão cordial assim. O deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE) chamou atenção na cerimônia de posse ao carregar uma faixa com o seguinte escrito “imunidade sim, proteção ao crime não”. Os dizeres fazem referência a situação de Paulo Maluf (SP) que ao ser eleito deputado terá imunidade nos processos abertos contra ele da época em que foi prefeito.
Os outros deputados nordestinos famosos na solenidade de posse foram Fernando Coelho Filho (PSB-PE) e Alberto Silva (PFL-PI). Fernando Coelho é o deputado mais novo, com 22 anos e está em, seu primeiro mandato. Já Alberto Silva foi citado como o deputado mais velho, com seus 88 anos.
RENOVAÇÃO – Na Câmara o índice de renovação foi de 46% (236 deputados). Uma renovação superior ao das duas eleições anteriores, em 2002 e 1998, quando se chegou a uma renovação de 41,6% e 41,9%, respectivamente. Dentre os 27 senadores eleitos, 20 estão no primeiro mandato e 7 foram reeleitos.
Na região Nordeste, o índice de renovação foi baixo. Alguns estados como o Rio Grande do Norte, Alagoas e Sergipe conseguirem renovar pelo menos metade de sua bancada, mas a maioria não conseguiu nem atingir uma renovação de 30 %. Segue abaixo a lista dos estados com o número total da bancada e os deputados que estão no primeiro mandato.
Alagoas – 9 deputados eleitos e 5 estão no primeiro mandato;
Rio Grande do Norte – 8 deputados eleitos e 4 estão no primeiro mandato;
Bahia – 39 deputados eleitos e 7 estão no primeiro mandato;
Ceará – 22 deputados eleitos e 8 estão no primeiro mandato;
Maranhão – 18 deputados eleitos e 8 estão no primeiro mandato;
Paraíba – 12 deputados eleitos e 4 estão no primeiro mandato;
Pernambuco – 25 deputados eleitos e 8 estão no primeiro mandato;
Piauí – 10 deputados eleitos e 5 estão no primeiro mandato( ou retornam, como Alberto Silva;
Sergipe – 8 deputados eleitos e 4 estão no primeiro mandato
A agência conversou com alguns nordestinos para saber das expectativas de seus primeiros mandatos, assim como os projetos mais importantes para o Nordeste.
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) apesar de ser um veterano na Câmara está em seu primeiro mandato como senador e fala das diferenças entre as Casas. “A Câmara é a representação popular e o Senado é a representação dos estados. O Senado tem uma atuação mais específica para o estado como todo, para uma região. O Senado precisar se debruçar sobre as diferentes realidades de cada região e também das potencialidades de cada estado É uma responsabilidade muito grande e traz um peso maior também para a minha atuação”, afirmou durante a solenidade de posse.
Ao ser questionado sobre como vai ser sua atuação no Senado o comunista esclareceu a necessidade de se olhar mais para a região Nordeste. “Eu vejo no Nordeste um estado de possibilidade para o crescimento. O Brasil precisa destravar e o Nordeste é a chave para destravar. O Nordeste tem capacidade de mais produtividade e distribuição de produtos para outros lugares do mundo, que não existe no Sul e Sudeste. Há uma gama de possibilidades, de investimentos a serem feitos na região e de retornos que o Nordeste pode oferecer ao país. Os senadores precisam de uma percepção maior do conjunto e uma sensibilidade para as potencialidades do Nordeste”, explicou Inácio Arruda.
O deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), 34 anos, é um dos novatos na Câmara Federal, que chega com ânimo para mudar a imagem da Casa. “Essa legislatura terá que reconstruir uma ponte firme entre o parlamento e a sociedade. O importante nessa legislatura é resgatar a função principal do Congresso, que é legislar, voltar a produzir matérias”, afirmou.
O deputado foi líder do governo na Assembléia Legislativa de Pernambuco durante sua atuação como deputado estadual e garante que apesar de ser oposição vai trabalhar para o bem da população. “Minha postura será não de oposição ao presidente Lula, mas de oposição a figura do governo. Somos uma oposição que tem com o objetivo cobrar do governo as promessas feitas na última eleição. Cabe a nós buscarmos do governo federal que cumpra as promessas ao longo dos próximos 4 anos. Em relação ao PAC eu sou favorável a todo programa que ajuda a estimular nossa economia, mas precisamos avaliar o que é pirotecnia e onde as promessas são efetivas. Onde houver efetividade vamos procurar ajudar da melhor forma o país”, ressaltou o tucano.
O deputado destacou alguns dos principais projetos para o Nordeste e seu Estado.“Em Pernambuco nós vamos acompanhar projetos estruturadores importantíssimos. São expectativas boas, mas temos que ver para crer, como a implantação da refinaria do Porto de Suape. O projeto é uma consolidação do movimento não só de Pernambuco, mas também de toda região do Nordeste. A promessa do governo federal das obras da transposição de águas do Rio São Francisco, bom como a implantação da Transnordestina. Esses são três grandes empreendimentos. Sem contar com os investimentos privados como o estaleiro, também no porto de Suape e a instalação do Centro de Hemoderivados da Hemobras em Pernambuco. Vivemos um momento bom em Pernambuco e precisamos do apoio do governo federal para consolidar todas essas iniciativas para o estado”, disse Bruno Araújo.
Outros deputados, como o Professor Sétimo Waquim (PMDB-MA), chegam no Congresso com bandeiras mais ousadas. “Eu não vejo outra saída para o país do que uma autonomia financeira para os municípios. A questão não é a União ter os recursos, mas esses recursos chegarem até os municípios. È preciso dar ao gestor público autonomia para gerenciar não só a parte administrativa, mas também a financeira. Eu acredito na municipalização. Com a municipalização da Saúde você vê como o atendimento melhorou, porque o município tem recursos do SUS para fazer funcionar. Outro exemplo é a Educação, com o Fundeb o avanço vai ser maior. É o gestor público do município que melhor conhece o problema da região e a União padroniza e não atende a demanda específica”, relatou o deputado que foi cinco vezes vereador.
REFORMA – Diante da diferença de idéias e realidades dos novos parlamentares a maioria defende um ponto em comum: a reforma política. “Primeiro eu acho que nenhuma uma reforma só é a solução para os problemas do país, mas a reforma política tem uma grande importância. O país é representado por políticos que atuam em um sistema que ficou desatualizado, um sistema que só é feito no Brasil e na Finlândia. Há algo de errado nisso”, avalia Bruno Araújo.
“Se fala muito em reformas. Eu era criança se falava muito em reforma política, tributária e previdenciária. Hoje estou aqui 30 anos depois e ouço o mesmo discurso. Nós não faremos uma reforma tributária, sem uma reforma política. Não faremos reforma da previdência sem antes fazer a reforma política. Para fazer a reforma política temos que estabelecer duas coisas importantes: prioridade e prazo. Enquanto ficar nesse lero-lero eu não acredito que será feita. É preciso fazer um choque para que a população volte a ter credibilidade no Congresso e esse choque é através da reforma política”, relatou o deputado professor Sétimo.
( por Liana Gesteira Costa com edição de Genésio Araújo Junior)