Nordeste e Investimentos.
BNB anuncia que vai investir R$ 2 bi no Semi-àrido.

( Brasília-DF, 21/02/2006) O Banco do Nordeste pretende aplicar, este ano, em atividades econômicas no semi-árido, cerca de R$ 2 bilhões, com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Somente nos últimos dois anos (2004-2005), o BNB já investiu R$ 2,2 bilhões no semi-árido, o que representa um terço de tudo o que foi aplicado na área desde a criação do Fundo, em 1988.



Os números foram divulgados durante o seminário “Investimento e financiamento do semi-árido”, promovido pelo BNB nesta terça-feira, 21, em Fortaleza, como parte das estratégias para incrementar as aplicações de recursos nessa região. O evento, transmitido por meio de videoconferência para as capitais Nordestinas e Montes Claros, contou com representantes dos governos federal, estadual e municipal, além dos setores produtivos, universidades, instituições de pesquisa e terceiro setor.



“Como propósito maior, o encontro visa construir uma agenda comum com os parceiros públicos e privados, para promoção de investimentos em empreendimentos produtivos no semi-árido, os quais contam com recursos e condições diferenciadas de financiamento pelo Banco do Nordeste”, destaca a superintendente de Políticas de Desenvolvimento do BNB, Sâmia Frota.

“Gostaríamos de ver, como produto dessa reunião, a construção de roteiros de desenvolvimento, que apontem para programas voltados para aplicação de recursos no semi-árido de forma sustentável”, complementa o diretor de Gestão do Desenvolvimento, Pedro Eugênio Cabral, na ocasião representando o presidente do BNB, Roberto Smith. O diretor ressaltou que o semi-árido ocupa em média 80% da área dos estados nordestinos, mas contribui com apenas 31% do PIB, o que demonstra a fragilidade econômica dessa região e a necessidade de investimentos.



Com relação às políticas de desenvolvimento do BNB para o semi-árido em 2006, Sâmia Frota destacou o empenho de toda a equipe em torno da revisão dos programas de financiamento, simplificação dos processos e negociação com novas fontes de recursos para o suprimento da crescente demanda de projetos. “Nossa preocupação é proporcionar financiamentos adequados à realidade local, aliando crescimento econômico à questão ambiental, redução das desigualdades intra e extra-regionais e a construção da cidadania”, complementou. “Nosso desafio é de efetivamente alavancar o desenvolvimento do semi-árido, e não apenas promover uma aplicação mecânica e burocratizada dos recursos do FNE”, enfatizou o diretor Pedro Eugênio.

O diretor de Gestão dos Fundos de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração, Roberto Albuquerque, falou sobre a contribuição do Ministério nas ações de investimento, tanto coordenando grandes projetos de infra-estrutura, a exemplo do projeto de integração de bacias e da ferrovia Transnordestina, como por meio de suas agências de desenvolvimento.



Palestras – A programação do evento incluiu um primeiro bloco regional, com as palestras: “Panorama atual e potencialidades econômicas do semi-árido – oportunidades de investimentos”, do professor Otamar de Carvalho, e “Tecnologias apropriadas ao semi-árido”, do especialista Clóvis Guimarães. Logo após, houve momento local em cada Estado, enfocando a política de financiamento do BNB e casos de empreendimentos bem-sucedidos no semi-árido. No encerramento, Banco e parceiros se reuniram para elaboração de ações conjuntas para a Região. Também foi distribuído o Mapa da Área de Atuação do BNB, com a nova delimitação do semi-árido.



Segundo o professor Otamar, o PIB do semi-árido vem diminuindo em relação ao do Nordeste. Para ele, isto acontece em decorrência da mudança nos indicadores econômicos e demográficos sofridos pela região, que já não é mais essencialmente rural. O professor ressaltou que isto demanda soluções que contemplem o apoio a atividades rurais e urbanas, as quais chama de “rurbanas”, como turismo ecológico e outras.



O pesquisador, Clóvis Guimarães, falou sobre as tecnologias apropriadas ao semi-árido. Para Clóvis, tecnologias tradicionais, como cisternas, poços, hortas domésticas e outras, são eficazes para transformar a condição de trabalhadores do nível de sobrevivência, em que produzem menos do que precisam, para o de subsistência, em que produzem apenas aquilo que necessitam, mas o ideal a ser alcançado seria o nível de mercado, onde o produtor além de ter assegurada sua subsistência também pode comercializar o excedente.



Ele também defende ações como a integração da agricultora irrigada com as áreas de sequeiro, bem como a criação de registro de indicações geográficas para produtos, como denominação de origem e indicação de procedência. Dessa forma, os produtos do semi-árido ganhariam identidade diferenciada e, conseqüentemente, competitividade para invadir outros mercados.



( da redação com informações de assessoria)

Outras notícias

Após reunião com Júlio César, ministro Tarcísio Gomes de Freitas promete recursos para federalizar trecho na Transnordestina até 2.022

01/09/2020 às 19:42

( Publicada originalmente às 17 h 48 do dia 25/08/2020)  (Brasília-DF, 26/08/2.020) Após se reunir nesta terça-feira, 25, com o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado Júlio César (PSD-PI), em seu gabinete no Ministério da Infraestrutura, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas prometeu que os recursos necessários para federalizar o trecho entre a região do médio oeste do […]

Governadores do Consórcio Nordeste, aproveitando pressão dos governos superendividados do Sudeste-Sul, pedem a Fernando Haddad, entre outros temas, alongamento de dívidas bancárias

03/04/2024 às 21:15

(Brasília-DF, 03/04/2024).Face a atual pressão dos governadores do Sudeste-Sul pedindo uma nova avalição para a dívida de seus Estados, quase todos fazem oposição ao Governo Federal, os governadores do Nordeste, quase todos governistas, fazem movimento político por conseguirem compensações em suas dívidas ou para melhorar seu perfil fiscal, visto que esses estados não tem um […]

Sudene define que FNE vai investir R$16,9 bilhões em 2024 e agropecuária vai ficar com 45% do todo.

13/03/2024 às 15:50

(Brasília-DF, 13/04/2024) A Sudene informou hoje, 13, que os recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que chega de R$ 38,7 bilhões, vão destinar 44,9% do seu todo para o setor da agropecuária. Os R$16,9 bilhões serão distribuídos sendo 22,5% serão destinados para a agricultura e 22,4% para a pecuária do total de […]

MEIO AMBIENTE: Foi publicada no Diário Oficial da União o decreto que cria a Comissão Nacional de Combate à Desertificação

28/02/2024 às 17:51

(Brasília-DF, 28/02/2024). Foi publicado nesta quarta-feira, 28, no Diário Oficial da União o Decreto nº 11.932/2024, que dispõe sobre a Comissão Nacional de Combate à Desertificação, criada para deliberar sobre a implementação da Política Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca. Desde o ano passado surgiu uma forte discussão sobre como […]

Notícias por estado
Apoiam esta ideia