Embrapa apresenta avanços em pesquisa para o Nordeste durante café com parlamentares do Nordeste; Presidente afirma que faltam recursos e pede apoio dos deputados para projetos da entidade; coordenador da Bancada cobra ação nacional para diminuir gastos com dívida externa e redirecionar recursos para o setor da agricultura.

( Brasília-DF, 31/08/2005) Técnicos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apresentaram hoje, 31, durante o tradicional café da manhã nordestino, os avanços conseguidos no desenvolvimento do setor agrícola para o Nordeste. A fruticultura irrigada, apicultura, plantio de mamona para produção de biodiesel, plantio de cana-de-açúcar e técnicas de reflorestamento foram algumas das pesquisas apresentadas pela entidade, que têm dado resultados na região, inclusive no semi-árido.





A apresentação mostrou que a Embrapa, apesar dos parcos recursos conquistados no governo federal, está se esforçando no desenvolvimento regional. Os cerca de vinte parlamentares nordestinos presentes à reunião, questionaram o incentivo a alguns projetos em detrimentos de outros e cobraram empenho do órgão por mais recursos para as pesquisas no Nordeste.


Segundo o diretor-executivo, José Geraldo Eugênio, o Nordeste realmente precisa de mais investimentos, mas o entrosamento da Empresa com os parlamentares nordestinos é indispensável, também, para o bom andamento das pesquisas. “Temos hoje sete centros de pesquisa e duas outras unidades pesquisadoras na região, com recursos razoáveis, mas o Nordeste necessita de muito mais, precisamos intensificar nossas pesquisas na região, existem cadeias produtivas necessitando de aportes rápidos, em termos tecnológicos, como a fruticultura irrigada, a cana de açúcar, mas a aproximação com a Bancada é algo extremamente positivo, para dialogarmos nas bases e aproximar o Executivo e os parlamentares, otimizando a nossa ação”, afirmou.



O presidente, Silvio Pestana concordou que faltam recursos, mas lembrou que todos os interessados devem se esforçar para resolver o problema. “Faltam recursos quando consideramos a agenda que precisamos cumprir, as demandas, os problemas, as expectativas. O papel da Embrapa no desenvolvimento regional ainda não está completo, três estados do Nordeste ainda não têm centros de pesquisa instalados e nossos recursos são menores que em 1996. Concordamos que o trabalho precisa ser ampliado, mas temos encontrado dificuldades e por isso todos os atores do setor precisam juntar forças para financiar a inovação”. Segundo Silvio, há uma mobilização nacional acontecendo com governo, parlamentares, forças produtivas, setor privado, organizações sociais, universidades para que se possa “dar o salto tecnológico” necessário à viabilização do desenvolvimento do Nordeste do país.



Na opinião do coordenador da Bancada, deputado B. Sá (PFL-PI), “a Embrapa vem se empenhado e feito um esforço muito grande no nordeste, em que pese a defasagem orçamentária violenta, a ponto de estar trabalhando hoje com recursos da ordem de R$ 300 milhões a menos que em 1996”. De acordo com B. Sá, a bancada está “impotente”, porque nenhuma instituição do governo tem recursos para investir e a única coisa que os parlamentares podem fazer são emendas a projetos específicos. Para o deputado, os gastos excessivos do país com a divida externa poderiam ser revertidos para essas pesquisas. “Qualquer órgão do governo procurado por nós pede que façamos emendas ao orçamento para que hajam recursos, isso faz com que alguns ministérios nem tenham motivo de existir. Nós estamos escravizados pela ditadura do superavity primário e fiscal, que fazem com que todos os recursos nacionais sejam utilizados para o pagamento da dívida. R$ 128,5 bilhões, valor que foi gasto com a dívida no ano passado, é algo que dá em torno de R$ 350 milhões por dia, não podemos mais aceitar isso enquanto vemos uma empresa como a Embrapa está a definhar na expectativa de recursos mínimos para que possa continuar com seu trabalho de pesquisa. É preciso que se faça uma ação, que envolva toda a sociedade, para realizar uma reestruturação dessa dívida, a exemplo do que fizeram outros países”, defendeu.



No próximo dia 15, excepcionalmente numa quinta-feira, a Bancada se reúne com o ministro Furlan, na CNI. As próximas reuniões estão sendo agendadas com o ministro da Educação, das Cidades e com a Cixa Economica Federal.





( por Alessandra Flach)

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