( Publicada originalmente às 17 h 48 do dia 25/08/2020) (Brasília-DF, 26/08/2.020) Após se reunir nesta terça-feira, 25, com o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado Júlio César (PSD-PI), em seu gabinete no Ministério da Infraestrutura, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas prometeu que os recursos necessários para federalizar o trecho entre a região do médio oeste do […]
A grande presença de deputados da região, e até doutras assim como partidos da oposição ao Governo, no café-nordestino oferecido pela Bancada nessa quinta-feira que foi conferir o ministro Extraordinário da Segurança Alimentar, MESA, “ Fome Zero”, José Grazziano, foi um sinal de que ele começou a vencer as resistências que passou a sofrer depois da famosa declaração dada na Federação das Indústrias contra os nordestinos que ele considerou “ uma construção infeliz”, mas não impediu que ele voltasse ao tema.
Ele só tratou desse assunto a partir de pergunta feita por um dos jornalistas; também negou que o “Fome Zero” tenha virado um mero selo com o programa de unificação de programas sociais e afirmou que esta iniciativa vem a ser “mais um dos programas do próprio ‘Fome Zero”. O ministro passou duas horas com os parlamentares nordestinos – seguiu, depois, para sessão solene pelo “Dia Mundial da Alimentação”, realizada pela Câmara Federal.
PADRE CICERO – Antes de começar sua longa exposição em que traçou diretrizes e metas do programa “Fome Zero” notadamente voltadas ao semi-árido, teve a leitura, pelo deputado José Pimentel(PT-CE), de seu currículo assim como a lembrança da parte do coordenador da Bancada, deputado Roberto Pessoa(PL-CE), na direção dos trabalhos – que a solicitação para aquele encontro era iniciativa do deputado Zezéu Ribeiro(PT-BA), um dos coordenadores adjuntos, como Pimentel. O deputado baiano é o relator do projeto de lei complementar de recriação da Sudene; a secretária de Políticas Regionais do Ministério da Integração, economista Tânia Bacelar, também participou do encontro. Em seguida o deputado Neiva Moreira(MA), líder do PDT na Câmara, foi convidado a entregar ao Ministro a imagem símbolo da Bancada, o Padre Cícero.
RELATÓRIO – O ministro Graziano informou que estava muito satisfeito com aquele encontro pois se cumpria, nessa quinta, não só a comemoração do dia mundial da alimentação mas se completava, também, o aniversário de dois anos do “Fome Zero”. Para surpresa de alguns parlamentares, visto que o atual governo ainda não tem 10 meses – ele informou que veio à Câmara em 16 de outubro de 2.001, assessorando o então presidente do Conselho do Instituto Cidadania, Luís Inácio Lula da Silva, que estava acompanhado do representante da FAO, entidade das Nações Unidas voltada para alimentação – para entregar a proposta do atual programa aos deputados. Ele distribuiu com os parlamentares um balanço das ações do programa em todos os nove estados da Região.
O Ministro começou falando que era muito importante esse relacionamento com o parlamento pois existem duas propostas legais na Câmara que tratam da questão da fome e da alimentação. Lembrou de uma proposta de emenda constitucional, PEC , que altera o artigo terceiro da Constituição, incluindo o chamado direito a alimentação que vem a ser uma iniciativa do senador Antonio Carlos Valadares(PSB-SE) – que deve entrar, breve, em pauta na Câmara – e outra proposta que cria o “ Instituto do Bom Samaritano” , relatado pelo deputado Sigmaringa Seixas(PT-DF). O Instituto, na prática, cria e formata os chamados bancos de alimentação, que ajuda a mudar o perfil do desperdício algo já existente em outros países; ele citou o Canadá, que, ao usar os esses bancos, possibilita que produtos mal certificados, mas hábeis ao consumo, possam não ser perdidos.
CISTERNAS E PROGRAMAS MUNICIPAIS – Graziano informou que existem dois pontos fundamentais no programa “Fome Zero”. Além de distribuir alimento tem a intenção de gerar renda para que as pessoas possam, em breve, ter como conseguir alimento a partir do seu trabalho.
Na formatação do programa ele fez questão de se deter no cartão alimentação, que une os programas sociais de cinco ministérios e hoje atende 1,7 milhão de famílias, podendo chegar a 3,6 milhões de famílias até o fim do ano. Na questão da aquisição de alimentos ele foi mais detalhista – informou da ação especial voltada para comunidades especiais, como indígenas, quilombadas e assentamentos As mini-frentes de serviços que se formam a partir das cisternas a serem construídas em toda a região( a partir da próprias famíulias), num total prevista, em quatro anos, de 4 milhões de unidades. As compras governamentais serão incentivadas em todos os municípios que conseguirem criar programas de segurança alimentar, pequenos “ Fome Zero”, especialmente voltados para a merenda escolar.
“ Eu espero que ao final deste governo todos os municípios brasileiros possam ter um programa de educação alimentar”. Essa é uma das metas da segunda fase do programa visto que ele reconhece o Brasil como um país de extremos. “ Uns são famélicos e outros são gordinhos”. Os parlamentares presentes riram. Ele revelou que 40 milhões de brasileiros comem mal. Nesse questão ele destacou a importância de ser alimentar vem e destacou que as comunidades negras ou descendentes de negros e indígenas devam mudar para o leite de cabra na alimentação das crianças. Ele informou que em Guaribas, no Piauí, onde a mortalidade era de 39 por mil agora é zero – nesses 9 meses de programa – as mães tinham resistência para aceitar o leite de cabra. Vários deputados fizeram questinamentos ao ministro.
( por Genésio Araújo Junior e Toni Duarte)