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(Brasília-DF, 27/11/2019) O deputado Gildenemyr (PL-MA) reclamou nesta quarta-feira, 27, com o ministro responsável pela articulação política do governo Bolsonaro, General Luiz Eduardo Ramos, que a Secretaria de Governo da Presidência (Segov) da República está fazendo um desserviço ao presidente brasileiro ao não atender apenas os parlamentares aliados de Bolsonaro. Em resposta, o ministro Ramos afirmou que não se pode tratar a oposição apenas a “pão e água”.
De acordo com o parlamentar maranhense, a articulação política do governo Bolsonaro tem atendido opositores do presidente. Responsável pela articulação política do governo Bolsonaro e, amigo pessoal do presidente brasileiro, Ramos disse que o tratamento oferecido pelo Estado brasileiro deve ser republicano. O embate entre Gildenemyr e o ministro se deu durante o tradicional café da manhã nordestino que a Bancada do Nordeste organizou na manhã desta quarta-feira para recepcionar o General Ramos que abordaria com os parlamentares como tem acontecido as relações institucionais entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo.
“Eu queria só deixar uma sugestão ao senhor que procurasse saber nos estados, primeiramente, os aliados para que você pudesse efetivar o seu trabalho de secretário. Porque eu acho que o seu grande mérito, ministro, é saber quem é quem. Quem se envolveu na campanha, quem é de direita, quem é de esquerda, para o senhor estabelecer, ou dar uma contribuição ao governo Bolsonaro de verdade. Porque enquanto ficar assim, esse disse-me-disse e essa escuridão, essa ignorância da sua parte em relação ao que é e o que não é, eu acho que o senhor não vai conseguir efetivar o seu trabalho”, disparou o deputado do PL.
“Permita-me deputado discordar. O senhor disse que eu o recebi e eu o recebi e atendi o senhor numa demanda e eu não posso concordar com o que falou por uma razão. Eu já sei quem é base e quem não é base. Conheço tudo. Se você quiser, eu estou com esse trabalho pronto. Domingo saiu um material no O Globo que eu plantei. Certo? Então eu sou um general de 46 anos e uma coisa que eu aprendi na minha vida é identificar problemas e diagnosticar [fazer] planejamento. Eu sei cada um aqui se é governo, ou não. Então, o senhor me perdoe. Mas o senhor não foi correto”, respondeu General Ramos.
“E vou dizer por quê? Por exemplo, Bahia, e estou olhando aqui os deputados e eu vi uma vez uma crise em que um deputado que é Bolsonaro aqui, vota com o governo, eu tenho [as votações] dele todo. Mas no estado ele vota com Rui Costa. Mas aí é problema da Bahia. Eu não posso penalizar um deputado lá na Bahia. Está aqui o deputado Juscelino [Filho, (PSD-MA)] que vota no estado com o governo Flávio Dino, mas aqui vota com o Bolsonaro. O que ele é? Oposição, ou governo? Por causa disso não vou atender o cargo dele? Não pode ser assim”, complementou o ministro.
Monitoramento
Ainda na sequência da resposta ao deputado Gildenemyr, General Ramos contou que monitora todas as atividades dos parlamentares.
“Eu sei o que cada um aqui vota, ou não vota, com o governo. Sei a posição de cada. Estou citando a Bahia, mas tem outros. Maranhão, tirando dois parlamentares são todos Flávio Dino. O Maranhão tem 37 secretarias, ele é um governador e ele governa do jeito que ele quiser. Agora por causa disso eu não vou dar um cargo para o Juscelino se ele vota aqui comigo e eu tenho esse controle. Os meus parlamentares, eu desafio agora de público qualquer um dos senhores ir lá comigo e se não concorda se eu sei, ou se eu não sei quem é governo, ou quem é oposição. Eu sei”, exclamou.
“Agora, oposição não é a pão e água. Eu não acho correto isso. Porque o povo do estado não tem culpa disso. E, por isso, eu estou me aproximando do Nordeste. existem pessoas do governo e não é o presidente que acha que o Nordeste tem que morrer sem apoio, sem recursos e o presidente não concorda com isso. Tanto é que eu estou indo ao Nordeste. aqui vários deputados tiveram comigo. Eu sei quem é quem. Agora, me perdoe, eu sei do seu incômodo, como o senhor sofre, agora, [assim é] no Maranhão, em Minas, na Bahia. Eu conheço e eu não estou lá como ministro só porque sou amigo pessoal do presidente”, acrescentou.
“O presidente me conhece, sabe da minha capacidade profissional. Eu diagnóstico e sei quem é quem. Quem vota, eu tenho o controle e uma ficha de como o parlamentar vota, de que maneira – está aqui o deputado Efraim [Filho (DEM-PB)]. Eu sei como ele vota, mas ele tem relação com o governador da paraíba [João Azevedo]. Aí tem um deputado que é PSL e quer que eu maltrate o deputado [Efraim]. Eu não vou fazer isso. Ele vota com o Bolsonaro. Agora, na Paraíba ele vota [como ele quer]. É errado? Não! É política pessoal, política é isso. Eu sei e respeito. Por isso estou na Secretaria de Governo. Eu tenho relação com o PSL, com o PCdoB, com o PT. Não é vergonha. Eu sou ministro da Secretaria de Governo. Eu não sou ministro de um partido. Eu sou Bolsonaro até debaixo d’água, respeito, gosto, é meu amigo há 46 anos”, completou.
Acompanhamento até das redes sociais
Na oportunidade, General Ramos informou também que sabe ainda, inclusive, o que cada um dos parlamentares faz, ou deixa de fazer, e como cada um deles se comporta nas redes sociais.
“Agora, o senhor [deputado Gildenemyr] me perdoe a veemência. O senhor quando falou isso, não é verdade pastor. Me perdoa! Peço perdão, mas tive que fazer essa colocação porque eu sei quem é quem. Eu tenho a ficha de cada um dos senhores. Não é assim. Eu sigo as mídias sociais da senhora deputada [Dayane Pimentel (PSL-BA)]. Acompanho a sua vida social. Mesmo com esse problema do PSL, lhe respeito, mas eu sei que tem sido colocado nos seus whats’apps, nos teus tuítes. Isso é uma obrigação minha. Que bom! Não se enganem que esse velho careca aqui de 63 anos sabe fazer o trabalho dele. Os senhores não têm noção de como eu sei de cada detalhe de cada um dos senhores aqui”, apontou.
“De cada detalhe. E vai aumentar. Porque eu estou implementando outras medidas. Por quê? Porque às vezes você parlamentar, deputado Mauro Benevides (PDT-CE), me acha com cara de bobo. Mas [de bobo] só tenho a cara. Eu voto com o governo e o cara tem 15% de aderência ao governo. o que eu vou fazer, vou mostrar a ficha para ele? Não! Mas os senhores não tenham dúvidas: eu sei como cada um aqui vota. Cada posicionamento aqui dos senhores. Cada pronunciamento, eu tenho lá”, finalizou.
(por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Genésio Jr.)