( Publicada originalmente às 17 h 48 do dia 25/08/2020) (Brasília-DF, 26/08/2.020) Após se reunir nesta terça-feira, 25, com o coordenador da Bancada do Nordeste, deputado Júlio César (PSD-PI), em seu gabinete no Ministério da Infraestrutura, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas prometeu que os recursos necessários para federalizar o trecho entre a região do médio oeste do […]
(Brasília-DF, 09/04/2014) O deputado Júlio César (PSD-PI) cobrou do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, nesta quarta-feira, 9, uma postura mais atuante da instituição federal no Nordeste. O parlamentar afirma que toda a região recebe menos investimentos do que é aportado pelo banco apenas nos Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul.
Júlio César fez suas considerações depois que Luciano Coutinho fez uma exposição aos parlamentares nordestinos durante o tradicional “Café da Manhã Colonial” que a Bancada do Nordeste promove. Na oportunidade, o presidente do BNDES enumerou as diversas ações estruturantes que são apoiadas pelo órgão na região que somam mais de R$ 105 bilhões nos últimos anos.
Discriminação
Para apontar que o BNDES tem uma postura “discriminatória” em relação à região Nordeste, Júlio César afirmou que cidades como Barueri (SP) e Erechim (RS) receberam mais do que o dobro dos recursos destinados ao Estado do Piauí. “Fiz um levantamento, com dados do BNDES, que mostra que 20 cidades receberam mais que o Nordeste. Por isso fui a favor ontem (terça-feira, 8) da emenda que garante, ao menos, 35% dos investimentos no Norte e Nordeste do país”, falou o deputado.
A emenda que o parlamentar se refere é o destaque apresentado pelo DEM para incluir na Medida Provisória (MP) 628/13 o mínimo de 35% de investimentos por parte do BNDES nas duas regiões mais pobres do Brasil. A MP 628 que foi aprovada nesta terça-feira, 8, pelo plenário da Câmara, capitaliza o BNDES em R$ 24 bilhões com recursos diretos do Tesouro Nacional. A MP será analisada agora no Senado Federal.
Petrobras
Outro dado levantado pelo deputado Júlio César foi o dinheiro destinado a Petrobras que, entre 2008 a 2013, teria recebido mais de 70% dos financiamentos disponibilizados pelo BNDES. De acordo com o parlamentar, a receita total do banco nos últimos anos foi de R$ 334 bilhões. Do total destes recursos, segundo o deputado, a estatal petrolífera brasileira teria ficado com R$ 236 bilhões.
A concentração de mais de 70% dos recursos do BNDES nas transações que envolveriam a empresa de exploração de petróleo foi negada pelo presidente do banco, Luciano Coutinho. Segundo o dirigente, os empréstimos do BNDES à Petrobras “são infinitamente menor” do que os números apontados pelo parlamentar. “Devido ao sigilo bancário não posso aqui dimensionar o total emprestado à Petrobras, mas é infinitamente inferior”, afirmou Luciano Coutinho.
Investimento crescente
O presidente do BNDES afirmou, ainda, que os investimentos da instituição no Nordeste, nos últimos anos, cresceram de 8%, em 2008, para 13,5%, em 2013. Esta declaração de Luciano Coutinho ocorreu após a afirmação do deputado Júlio César de que os investimentos no Paraná e no Rio Grande do Sul seriam superiores aos montantes de recursos disponibilizados pela instituição no Nordeste. “Quando é possível direcionar investimentos para o Nordeste, o BNDES assim faz”, acrescentou Luciano Coutinho.
De acordo com o dirigente da instituição federal, os números apresentados pelo parlamentar referem-se a um relatório-parcial e não final dos empréstimos concedidos pelo banco. O presidente do BNDES apontou que um dos empecilhos para ampliar os investimentos do órgão na região se dá devido às “situações ruins” das finanças de alguns Estados como Alagoas, por exemplo. “Os investimentos por municípios e por Estados retratam os projetos que estão ali sendo desenvolvidos”, complementou o presidente do BNDES.
(Por Humberto Azevedo, especial para Agência Política Real, com edição de Valdeci Rodrigues)